Há um mantra dos dirigentes
ao expor seu descontentamento quanto a resultados não alcançados. Dizem que
falta compromisso dos empregados e capacidade de liderança das chefias para
motivá-los. Meias verdades. Compromisso depende de o quanto o líder envolve os
subordinados no processo de definição das metas. Motivação é impulso interno,
único em cada pessoa e qual o significado que a meta em si e o trabalho em
geral tem para ela.
Para um vendedor,
aumentar o faturamento pode significar um acréscimo proporcional em seus
rendimentos mensais, para o gerente de vendas pode valer uma promoção de cargo
pelo reconhecimento de sua capacidade de conduzir um time vencedor. Para o
desenvolvedor do produto, a informação do sucesso das vendas pode autoconfirmar
sua criatividade. Para o gerente da fábrica tudo pode ser uma tremenda
amolação, pois terá muito mais trabalho de planejamento da produção, orientação
dos operários e mais exigência quanto à produtividade. Já para o diretor
financeiro, nenhum significado; estará tranquilo enquanto houver liquidez e rentabilidade.
Apresenta seus relatórios ao presidente e volta a se preocupar com a flutuação
dos juros no mercado.
Para cada pessoa existem
dois conjuntos diferentes de significado da meta a ser alcançada. Alguns estão relacionados aos ganhos que o desempenho
trará em termos de comissões, prêmios e bônus. Em empresas mais agressivas podem
ser preponderantes e têm a contrapartida de punição para resultados
não atingidos. Os empregados chamam jocosamente de “cenourinha e chicotão”. No exemplo, os únicos que perceberiam relação direta entre entregas e ganhos financeiros seriam os vendedores. Todos os demais não teriam razão alguma para se “motivar”, embora o resultado global da empresa e de cada um dos personagens estivesse interdependente. Claro que bons vendedores podem ter interesses além das comissões e isso deve também ser considerado pelo seu superior.
não atingidos. Os empregados chamam jocosamente de “cenourinha e chicotão”. No exemplo, os únicos que perceberiam relação direta entre entregas e ganhos financeiros seriam os vendedores. Todos os demais não teriam razão alguma para se “motivar”, embora o resultado global da empresa e de cada um dos personagens estivesse interdependente. Claro que bons vendedores podem ter interesses além das comissões e isso deve também ser considerado pelo seu superior.
Muitas vezes, se ouve
que é preciso “vender” a meta para o subordinado. Pode ser, desde que para ele
tenha significado “comprar” esta meta. Não há técnica que faça o líder “vender”
uma necessidade para um subordinado que não veja significado na meta. E que
ninguém se engane: é impossível “comprar” motivação ou compromisso. O que o gestor
pode e tem obrigação de fazer é compreender qual a importância daquela meta
para a visão e objetivos estratégicos da empresa e, de modo franco e honesto,
discutir sobre os pontos de convergência com os valores e interesses intrínsecos
do subordinado.
O gestor não tem muito
escolha – embora não devesse ser assim – sobre o que motiva os seus
subordinados, pois depende da qualidade dos critérios de recrutamento e
seleção, herança que recebeu de seu antecessor e até da cultura da empresa. É
da alta direção a definição das políticas de recompensa e é do RH a qualidade
da gestão das competências. Quanto mais o estimulo ao desempenho se limitar à
premiação da conquista individual da meta, menos será estimulado o trabalho
cooperativo e a sinergia entre os objetivos estratégicos.
A escolha pode ser a de
se entregar ao estabelecido e manipular conforme as regras. Mas pode ser um
líder transformador, desenvolver valores, significados e motivos. O compromisso
será obtido se a liderança for conduzida dando espaço para que gestor e
subordinado apresentem abertamente os aspectos técnicos, motivacionais e dos
recursos a serem aplicados. Ambos têm opiniões e certezas sobre as referências
que utilizarão para defender seus pontos de vista, conceitos sobre estas
referências e como se conduzir. São decorrências
de seus valores, formação técnica, carreira na empresa, experiência de vida,
simpatia ou antipatia recíproca.
O líder deve ficar
atento sobre o quanto este conjunto de emoções pode estimular resistências,
agressividade ou aceitação conformada da meta e frustração do subordinado com a
obrigação das entregas. Algo é certo: motivação e compromisso com as metas é
resultado de liderança e não de recompensas materiais. Uma boa política
salarial criada pela gestão de RH é apenas um dos recursos que o gestor
utilizará para conseguir de sua equipe os desempenhos estratégicos.
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