O pêndulo das escolas das relações humanas no trabalho
(1930) balançou até o limite dos programas de treinamento do tipo “abraçar árvores
e beijar esquilos” (1990) que produziam muita choradeira e nenhum resultado
prático para as competências dos gestores e para os resultados das empresas. Entretanto,
o pior é o que se lê agora em textos de livros ligeiros de sucesso, aplicado
nas políticas de incentivos das empresas e conteúdos de alguns programas de
treinamento ingênuos dos fundamentos históricos e filosóficos. Cada
vez mais as empresas adotam um discurso valorizando as pessoas, entretanto
adotam práticas de gestão exumadas em receitas tayloristas (1911) temperadas
por ideologia de Adam Smith (1776) e com valores maquiavélicos (1495). A estas
velharias, chamam de modernidade.
Certo livro sobre o que dizia ser o verdadeiro poder ficou
semanas entre os mais vendidos. Seu autor também tinha uma coluna em uma
importante revista de negócios da qual chegou a ser capa. Como nos velhos
programas de consultório sentimental das rádios dos anos cinquenta, dava
conselhos aos leitores.
Vejam o que ele
ensinava:
“Liderar é garantir que os empregados cumpram as metas, obedecendo, sem
se desviar, os procedimentos operacionais auditados regularmente; o chefe deve
fazer um fluxograma detalhado, estabelecer um padrão e obrigar que todos trabalhem
da mesma forma. Depois, muita auditoria, até que nenhuma supervisão seja
necessária, tamanha a disciplina”.
Copiando Taylor:
“As decisões sobre processo devem passar pela gerência e não pelo trabalhador.
O trabalhador deve apenas aprender a executar sua função; não pode perder tempo
analisando o trabalho, visto que ele não tem capacidade para isso. Esta responsabilidade
é da gerência”.
Comparem com Maquiavel:
“É necessário para quem que estabeleça um Estado e institua suas leis,
pressupor que todas as pessoas são más e que sempre agirão segundo a fraqueza
de seus espíritos quando tiverem chance. É melhor para um Príncipe inspirar ao
mesmo tempo amor e ódio; mas por causa da dificuldade de manter as coisas
simultaneamente é melhor ser temido. Os desejos humanos são insaciáveis; sua
natureza instiga o homem a desejar todas as coisas, o que resulta em um
permanente estado de descontentamento e o leva a desprezar o que possui”.
Todos os pesquisadores sérios, autores de livros fundamentados
e com trabalhos em empresas líderes de mercado e alta lucratividade tratam o
tema de modo diverso. As empresas necessitam sim de resultados financeiros,
precisam sim aumentar suas vendas e participação no mercado e, se não cuidarem
da excelência dos seus processos, não terão lucratividade.Na base de toda esta
estrutura estão a competência das pessoas, capacidade de mudança frente às
turbulências ambientais e a relação honesta dos líderes com seus subordinados. Não é com controle, prêmios e punições que a empresa consegue empregados criativos e inovadores. Isto
se consegue com trabalho em equipe, clareza nas metas, participação no processo
decisório, integração entre os valores individuais e a ética da empresa.
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